Por Bobby Oliveira.
Salve Galera;
A temporada de escalada
tradicional ainda não começou, nem por isso deixamos de escolher a primeira montanha clássica de 2015, o
Pedrão de Pedralva-MG.
A convite dos amigos
Paulada Souza e
Samuel Moreira, neste ultimo domingo (11/01/15) não deixei
passar a oportunidade e às 4:30 horas da madrugada do dia 11 de janeiro estávamos
nos encontrando na cidade de Santa Rita do Sapucaí-MG, para juntos seguirmos em
direção a Pedralva.
No caminho
fomos discutindo qual via iriamos
entrar; “Racha Cuca” ou “Evolução”. Como
estávamos adiantados com o horário e o Samuel ainda não conhecia o Pedrão,
seria justo a melhor escolha. Optamos então pela Evolução, 5º VIsup E2 - 312m,
com 11 enfiadas, mesmo sabendo que poderíamos passar muito calor naquela parede nesta época do ano.
Pegamos a estrada de terra de
acesso ao Bairro do Pedrão, passamos direto
pela encruzilhada do Tião Simão e
seguimos até encontrar à direita a estrada que leva ao cume da montanha, passando por uma subidinha ruim e, entrando a
direita na primeira encruzilhada seguimos até a porteira depois da igrejinha, onde
deixamos o carro e o dia começou a clarear.
Checamos os equipamentos, e
seguimos por uma leve subida de estrada dentro da propriedade até o final onde
começa uma trilha no meio do bananal, e
as primeira paredes do Pedrão já começam a mostrar sua imponência.
A
trilha na verdade é usada pelos trabalhadores, o segredo é ir margeando a montanha
por dentro da lavoura até encontrar uns blocos de pedras ali existentes indicando
que você esta no caminho certo até chegar nos destroços do lendário jeep que
literalmente desceu montanha abaixo.
Samuel Moreira, com os destroços do Jipe. Foto: Bobby Oliveira.
Depois de algumas fotos para
comprovar que a história é verdadeira, entramos a esquerda uns cinco metros a
frente do local, por uma trilha que leva até na base da evolução (marcada por
uma placa de pedra no chão), para que pudéssemos começar o objetivo do dia, o
cume do Pedrão pela Evolução.
A escalada começou com Samuel guiando
as duas primeiras cordadas seguidas, depois foi a vez do Paulada Souza dar seqüência, e assim sucessivamente foram alternado até o final da via.
Samuel Moreira na primeira enfiada. Foto Bobby Oliveira
Paulada Souza, no lance da Tamburello. Foto Samuel Moreira.
Apesar de estarmos em três, desenvolvemos
bem a escalada. Iniciamos antes das 8 horas da manhã e até na parada do
“forninho”, havia sombra na parede.
Samuel Moreira, no lance de saída do "forninho". Foto: Bobby Oliveira.
Bobby Oliveira, no lance final de chegada ao "forninho". Foto: Samuel Moreira
No
restante da via, apesar do sol começar a bater, um ventinho constante ajudou a
manter o ritmo e por voltas das 13:30 já estávamos no cume contemplando o
visual, repondo as energias e organizando os equipamentos para uma caminhada de
volta até o carro, usando a estrada de terras atrás da montanha.
Paulada Souza, Bobby Oliveira e Samuel Moreira, no final da via Evolução.
Paulada Souza e Samuel Moreira
guiaram muito bem a evolução, demonstrando um psicológico apurado, passando
pelos crux's de VI sem maiores apertos.
Apesar de ser uma via graduada no seu geral em 5º grau, ela exige respeito e
técnica dos escaladores, com muito trabalho de pés e confiança nos regletes, o
que foi muito bem executado pelo Samuel na sua primeira via do Pedrão.
Esta foi minha segunda entrada na
via evolução, a primeira foi em 2012 na parceria do Fabrício Reis, nada
comparado as mais de 10 realizadas pelo Paulada, montanhista e escalador que
conhece o Pedrão como o quintal de casa e já participou no auxilio e conquistas
de algumas vias clássicas do local,
entre ela a Racha Cuca, Tião Simão e Ossos do Oficio.
O interessante da Evolução é que
sempre surge uma agarrinha ou regletinho na hora do aperto, fazendo da escalda
uma verdadeira emoção para quem guia e também para quem vai de segundo, que
pode desfrutar da Via com mais segurança
sem tirar a competência de enfrentar a respeitosa parede do Pedrão pela via
evolução com seus 312 metros, que apesar da classificação de exposição estar entre
um E2, não se admite erros de quem encara suas guiadas.
Abraços e boas escaladas.