sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

TESTE SAPATILHA SPYFFER e escaladinha da Pedra do Frade!

"Fazia uns dois anos ou mais que eu não ia escalar por aquelas bandas, mas as vias ainda continuam lá, apesar dos Aérolitos que vivem caindo das vias, então se for pro Frade, vá de capacete pra evitar um acidente!"



No ultimo final de semana fui para Itajubá no sul de Minas, cidade com trânsito bastante peculiar, no qual você divide o meio da rua com carrocinhas, pessoas, bicicletas e carros vindo de todas as direções.

Partimos para o bairro Ano Bom, que fica entre Maria da Fé e cidade do "Rio das Pedras que do Alto Cai" (em Tupi-Guarani), segundo o Wikipédia, rs. (Ver:Itajybá). Chegamos na pedra por volta das 13hs após uma caminhada de uns 20min, sacamos as costuras e equipos e iniciamos as escaladas lutando com inúmeros marimbondos que se alojaram nas vias.

Estávamos em 6 pessoas...Carlos Eduardo, vulgo Luigi, entrou equipando a Vozes seguido pelo Paulada. Enquanto Eu e Kelly faziamos a segurança do Abutre (Matheus) e do Petterson nas vias "Te pego de 4 e Filé Mignon" respectivamente.





Teste sapatilha Spyffer modelo ST.Graal




Fiz o teste com a sapatilha do Marco Spyffer, o Snakinho. Que me apoia com um de seus modelos de sapatilha para escaçada em rocha! A sapatilha se saiu muito bem nos abaloados, e pés duvidósos da pedra, tem que avaliar onde se pisa, pois a qualquer momento pode desprender algo!



Uma sapatilha com um shape bem agressivo, que para mim é indicada para escalada esportiva, com um desenho sensacional que faz com que seu pé "fique" em qualquer micro pézinho, graças ao grip da borracha La Rubber, que não deixa nada a desejar perto das famosas e conhecidas Vibran e Stealth C4, e comparada com as sapatilhas nacionais é bem mais aderente! 




Me dei muito bem com o modelo pois tenho um pé mais fino e o velcro de ótima qualidade e o calcanhar bem ajustados fazem a o pé acomodar muito bem dentro da sapata, as alças com costuras reforçadas também ajudam na hora de calçar!









segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Escalada na Falésia do Olhos...e segundo teste com a Corda Simond Edge

No feriado da Consciência Negra, fui para Brasópolis, sul de mg, para escalar na Falésia dos Olhos. Setor conhecido entre a comunidade escaladora, por ter vias duras e de qualidade. Faziam 18 meses que eu não ia escalar lá. A temporada de 2018 eu fiquei na pilha de escalar paredes e assim também foi na temporada 2019. Quando me refiro a "temporada" é a respeito o período do ano que vai de maio a setembro.


Me encontrei com meus parceiros Joel, Helton e Luigi e tocamos pra lá. como sempre a caminhada é um pouco desgastante, mas logo estávamos na base das vias nos equipando e desviando dos montes e mais montes de merda de vaca que ali é a coisa mais normal do mundo. Se for escalar lá é obrigatório o uso de uma lona para proteger a sua corda!

Joel na via Fura Zóio

Por falar em corda, pude usar pela segunda vez a Corda Simond Edge, de 8.9mm, que a Decathlon de SJC me enviou, como apoio as escaladas! Eu ja havia testado ela em um novo setor aqui perto, mas não havia testado em vias mais longas e duras, onde a clipada e a puxada são fundamentais para uma cadena ou evitar uma vaca monstra em um lance mais dificil e técnico.




A corda se mostrou muito bem durante a escalada, leve, super leve mesmo, fácil de puxar e a costurada no mosquetão é muito confortável. No inicio até fiquei meio encanado devido a espessura e eu estar usando ela simples de levar uma vaca e a corda se romper. Mas é claro que não, levei varias vacas e a corda mais uma vez aprovadíssima! Lembrando que este modelo pode ser usado de forma simples, dupla e gêmea!



PONTO POSITIVO: Extremamente leve, super maleável, fácil de clipar ao mosquetão da costura, versátil. 

PONTO NEGATIVO: Nem sei se posso dizer que é um ponto negativo, mas devido aos seus 70 metros, é um pouco volumosa, mas cabe dentro de uma mochila de 40 litros, mais os equipos facilmente. Em comparação com minha antiga Simond, a modelo Rocky 10mm de 60mts, é bem menos volumosa e mais leve.

Ainda não testei a corda em escaladas de grandes paredes, aguardando ansioso o inicio da temporada de montanha pra testá-la. Mais uma vez obrigado Decathlon pelo apoio!

Boas Escaladas!!


                                                                    APOIO





CONQUISTA NO PEDRÃO

Em julho de 2017, Eu e meu parceiro de escalada Paulada juntamos nossos equipos e partimos para Pedralva para escalar a via Tião Simão. Neste dia, passamos pela base de um bonito Diedro que iniciava em um trecho vertical e logo se inclinava para esquerda até um grande platô. Dias depois, o Paulada me mandou uma mensagem e perguntou se eu não animava abrir uma via ali! "E aí doido, sussa? Anima de abrir uma via lá naquele Diedro?" "Bora mano, eu respondi."
Na semana seguinte, dia 12 do mês de agosto de 2017,  partimos novamente para o Pedrão
e armados com martelete, estribos, chapas camalots e muita disposição, iniciamos a
conquista. Peguei a ponta da corda e de cara entrei em um lance bem esportivo,
escalei um pouco e quando a coisa apertou, meti um furo pro Talon, saquei a metranca e a
primeira chapa da via estava instalada. Mal sabia que a próxima seria depois de uns 80
metros depois, rs.
A conquista foi fluindo dentro de um bonito Diedro, muito sujo na época, com capim
gordura, estiquei uns 20 metros e desci. Paulada assumiu a ponta da corda e subiu feito
um trator limpando tudo e tocou pra cima na conquista até o platô onde montou a P1 em
uma proteção natural (árvore).
Primeiro largo...
Ficamos bem animados pois estava rendendo rápido, e pouco mais a esquerda da P1, 
outro Diedro logo na saída para o segundo largo, nos dava as boas vindas.
Paulera foi tocando, sacando as peças do rack, protegendo onde dava, e a assim que
esticou a corda após um costão, montou a P2 e me chamou junto a ele.

Diedro segundo largo.
 Daquele ponto assumi a ponta da corda novamente. O terceiro largo se mostrou bem bonito no início, em uma diagonal com muitas agarras e fissuras, fui tocando até chegar em um ponto onde me senti confortável para proteger com uma proteção fixa. Deste trecho em diante rola uma sequência de escalada em artificial A1, que na época da conquista fiz o trecho de aproximadamente 10m apenas com os furos de Cliff. Depois, mais lá na frente, intercalamos os furos com um grampo para proteger melhor o lance e democratizar um pouco mais…
O encontro de escaladores.
Depois que finalizei o lance do artificial, finalizamos os trabalhos do dia, e descemos a
montanha empolgados com a linha incrível em que estávamos conquistando. Na semana
seguinte rolou o 1° encontro de escaladores no Pedrão. Não entramos na conquista,
mas estávamos lá organizando e participando. Além das histórias sobre as primeiras
conquistas, claro, o assunto foi a nova via.
Depois do encontro, devido a encontros e desencontros desta vida agitada, não conseguimos
voltar para continuar o projeto, que ficou parado até a temporada de 2019.
Continuando...
Em 30 de junho, voltamos para a segunda empreitada. Continuei a conquista após a 
sequência do A1, no terceiro largo, a via te leva a outras vertentes! Lances lindos e esticados
de bons regletes, seguido por uma escalada para a diagonal direita, em lances de imensos
buracos cavados pelo tempo na rocha que cabem uma pessoa dentro! E para chegar até a P3,
você terá 3 lances lindos bem esportivos num vertical com muitos regletes e agarras.
Assim que dominá-los, você será recebido por um belo platô 5 estrelas, fazer uma seg
confortável,  contemplar as belezas da região que vão ficando cada vez mais abaixo,
e a perder de vista no horizonte. 
Neste dia, o trabalho de limpeza do trecho tomou muito tempo, mas muito tempo mesmo.
Retirei muitos cactos que estavam no caminho, além de muita terra acumulada nos platôs,
o que nos deixou cansados e com pouco tempo. Após chamar o Paulada na P3, rapelamos
e voltamos para casa.
Paulada e Eu na P3 curtindo nossos sanduíches e o visual!
Em 14 de julho, voltamos para a terceira parte da conquista. Escalamos as 3 enfiadas que haviam sido conquistadas anteriormente, e foi possível livrar 90% de toda a escalada.
Já passava do meio dia quando chegamos na P3, então fizemos um lanche rápido e
Paulada assumiu a conquista. O quarto largo se mostrou tão sujo quanto alguns trechos dos
anteriores. Muitos cactos, e vegetação típica do Pedrão. Aos pouco a linha foi sendo definida,
e alguns metros acima foi instalada mais uma proteção fixa. Em seguida somos presenteados
com lances esticados com ótimas agarras e lacas que vão brotando da rocha, mas cuidado pois
algumas são frágeis. Após esticar uns 20 metros alternando em escalada em livre e lances de
furos de Cliff, invertemos mais uma vez a conquista e eu assumi novamente a ponta.
Já passava das 16h da tarde, foi então que cheguei em um ponto onde era possível proteger
com facilidade, optei por finalizar os trabalhos do dia e chegar ao chão ainda com a luz do sol.
Fechamos mais um final de semana agradecidos, pois já havíamos ultrapassado mais da metade
de toda a face onde a linha se desenhava!
Novo integrante na conquista!
Em 10 de agosto quem me acompanhou nos trabalhos foi o José Nunes, assim como Paulada,
tem grande conhecimento sobre a escalada no Pedrão, assim como algumas conquistas lá!
Desta vez eu guiei toda as enfiadas até o ponto onde havia parado da última vez, e continuei
na conquista por mais uns 30 metros, até finalmente chegar em baixo do imenso Diedro que
se tornava imponente a medida que íamos nos aproximando. Meus pés já estavam destruídos
então passei a ponta da corda para o Zé, e ele assumiu a tarefa de limpar e conquistar o
Diedro!
"Essa vai ser uma das vias mais completas do Sul de minas! Vai ter largo com fenda,
aderência, buracos em  parede vertical, um diedro que arrisco dizer que seja um dos
mais bonitos e longos da região" (José Nunes).
Do ponto onde fiquei mais em baixo, eu via cactos voando e passando por mim feito meteoros,
e se espatifando 250 metros abaixo feito guaca mole. Eu pensei:
"O Zézão vai derrubar a montanha!"
Já passava das 17h e a progressão seguia lentamente, nessa hora eu já havia chamado o
teimoso do Zé pra ir embora, mas o danado continuou noite adentro, com a luz da lua que
iluminava aquele início de noite, até que finalmente ele finalizou o Diedro e montou a P5.
Feito, missão do dia concluída! Hora de montar os rapéis e voltar pra casa.
17 de agosto….neste dia intercalamos a conquista mais uma vez, com o Zé Nunes e o
Paulada tocando para Pedralva e dando continuidade nos trabalhos. Pedi ao próprio Zé
para relatar com suas palavras sua contribuição para esta via...confiram!
Depois de um ano com a sapatilha de escalada encostada, e apertando os pés só na
sapatilha de ciclismo, em junho deste ano surgiu o convite para uma reabilitação em
salinas e depois uma trip em terras capixabas! 
Foi assim que entrei na história da conquista desta nova via na Serra do Pedrão!
Em junho, depois do convite pros 3 picos resolvi colocar a sapatilha no pé,fiz umas 2 ou
três escaladas e junto com o Samuel Moreira, tocamos pra Friburgo, foram 4 dias intensos
de reabilitação e voltei na pilha da escalada! Como a trip Capixaba não deu certo, resolvi ir
pra pedralva e investir em uma nova rota de escalada, colocando a patroa pra vivenciar esta
experiência! A merda estava completa! Tive uma recaída e além da fissura de escalar veio tb
a de Furar e desbravar! 
No fds seguinte recebi o Convite do Comparsa de trip Salineira, para ajudar na furancia da
nova via do pedrão, como o Paulenda não poderia ir naquele fds, resolvi dar uma força pros
caras! Vou confessar que eu não esperava muita coisa da via deles, achei que ia ser uma
sequência interminável de regletes a cactos para espetar e enroscar na corda! 
Então marcamos a data da investida, e quando chegou o dia seguimos todo aquele ritual
de madrugar para entrar cedo na linha! Quando cheguei na base da via, a imagem que eu
tinha da rota começou a mudar! Fiquei fascinado e ao mesmo tempo adrenado de ver a
primeira enfiada, não vou gastar palavras para contar como são os primeiros largos, pois
o Samuca Já contou! Faço dele as minhas Palavras!
Então vamos a parte que cabe relatar, achei melhor deixar ele guiar todas as enfiadas até o
ponto onde a via estava parada, isso faria ganharmos tempo para investir no trecho seguinte,
acima da p3 (última parada conquistada) já haviam conquistado mais uns 35m, sendo assim
combinamos que ele iria tocar pelo menos mais 15m e instalar a P4, no fim ele tocou uns 20,
me deu seg deu uma chapa e eu subi uns 20m pra diminuir o atrito da corda e ele continuar
tocando rumo ao maravilhoso diedro que tem no meio da via! 
E assim foi, Samuca tocou mais uns 15 e a enfiada ficou com uns 70 metros no total, estes
15 metros foram bem delicados, passando por parede lisa com poucas agarras e muitos
cactos, ai eu pensei se tem cactos tem agarra, pois eles curtem ficar instalados sobre regletes
e buracos! Então falei pro Samuca esticar em Cliff e proteger próximo as cataceas, e assim foi! 
Chegou num ponto que perguntei, se ele já estava enxergando o diedro, e ele respondeu que
sim! Ai eu perguntei como é o diedro e ele disse que era cheio de cactos! PQP na hora dei
uma desanimada e ele tb deve ter dado, tocou mais uns metros e resolveu encerrar o dia de
conquista por parte dele, pois depois de ter guiado todas as enfiadas  e conquistado mais uns
35m, seus pés, braços e mãos já estavam destruídos, então conforme o planejado desci o
comparsa de balde e ele foi limpando a linha que ele tinha passado, foi tirando uma centena
de cactos e como o esperado, as agarras foram aparecendo! Ficou Lindo! O Samuca desceu
até um bom platô e me deu segue pra subir até onde ele estava, cheguei no ponto, e eu assumi
a ponta da corda, o material de conquista e toquei rumo ao tão cobiçado diedro, fui subindo
desanimado e já achando que ia ter que evitar o danado, ou parte dele,por causa do jardin de
cactus!
Cheguei na ultima proteção, estava a uns 10 ou 15m do diedro, fiquei fascinado por ele,
atração foi tão grande que pensei, não vai ser uma centena de cactos que vão me impedir de
entrar nele! E assim eu fui em direção a sua base! Espero que a mãe natureza, ambientalistas
de plantão, calangos e  outros bixinhos que habitavam o jardim me perdoem! 
Fiz uma limpeza na base do diedro, joguei centenas de cactos e blocos de pedra pra baixo,
os sitiantes da região ficaram até assustados com tanto barulho e coisas caindo, parecia que
o pedrão estava desmoronando! Mas tive que fazer isso, pois uma vaca no jardim de cactos
não ia ser nada bom! Enfim entrei no diedro, o danado começava com uma fenda de dedos
bem simétrica,que parecia cortada a laser, e assim se estendia por mais da sua metade,
depois abria tanto que foi necessário usar Camalot 4 e 5, mas neste trecho a progressão é
bem tranquila, o duro era ter que ficar parando pra tirar uns cactos que impediam a passagem,
depois do trecho da fenda grande, ela se fechava e virava uma fissura de unha onde não dava
pra botar peça nem os dedos, mas este trecho a parede ficava mais positiva e da pra progredir
usando a aresta do diedro e os pés em regletes, depois de uns 4 metros progredindo assim,
nomeio da fissura surgiu uma janelinha onde dava pra colocar 3 dedos ou um camalot 0.5 que
ficou antibomba, para proteger a passagem de um trecho meio estranho onde tinha que fazer
oposição com o pé num reglete contra e a mão na borda do diedro, movimento parecido com
a técnica de tesoura numa chaminé, depois deste movimento estranho, já se alcançava um
ponto onde a fenda abria novamente e dava pra progredir e proteger por ela até o fim do belo
diedro! A saída do mesmo tb é bem tranquila, a sua última proteção e bem confiável, e a
progressão acima do diedro é em parede bem aderente, um pouco positiva e com bastante
agarra, nesta hora o sol já tinha virado pro lado do japão, e eu fui tocando na penumbra,
esticando alguns metros até chegar num bom local para colocar uma proteção fixa e encerrar
o dia de conquista!
O sexto largo! Na quinta investida da rota houve um revezamento de comparsas, desta vez o
Samuca não pode estar presente e quem dividiu a furadeira comigo foi o Paulo Roberto
(Paulada) ou melhor Paulenda! Este dia eu quis subir curtindo as enfiadas que antecedem o
ponto que a via estava parada, assim fomos revezando a guiada! Como eu era o mais novo na
empreitada e estava com saldo negativo nos metros conquistados, o Paulada deixou eu dar
continuidade a conquista e toquei pra cima de onde eu tinha parado na investida anterior,
neste dia eu revivi bons momentos que passamos juntos em conquistas de outras vias!
Mas abrir via com o Paulenda é foda! O cara logo se impõe e avisa, quer ir vai, mas se for
colocar uma chapa próxima da outra e fazer um paliteiro, desce, que eu assumo a empreitada!
Assim fui tocando, rezando e perguntando pro amigo da onça, Paulada posso colocar a
chapa neste local? Ta boa a distância? E eu escutava num tá bom não doido, a progressão ta
sussa! Se for pra furar ai desce que eu assumo a conquista! E assim foi conquistada a sexta
enfiada com proteções ficando mais distantes uma da outra, um largo meio sem graça que
conta com parede positiva e muitas agarras variadas, o desafio desta enfiada e mental e tem
que tomar cuidado pois em via nova tem muita coisa pra quebrar, então teste bem as agarras
neste trecho e se possível use sempre os abauladinhos de aderência, pois estes não quebram!
A sétima enfiada não foi possível conquistar neste dia pois a noite caiu e não tinha lua cheia,
assim terminou minha participação nesta história!
O dia 'D'.
No ultimo fim de semana de agosto, eu (Samuel) chamei meu parça de Poços, o Will, para me
ajudar em mais uma empreitada. Peguei o Will durante o caminho, em um trecho da BR-459,
e depois tocamos para Santa Bárbara, um distrito do município de Piranguinho.
Como de costume tomamos café na padaria, e seguimos para Pedralva.
Chegamos no abrigo, seu Tião já nos aguardava com mais um cafézinho. Separamos o
equipamento e subimos rumo a base da via. Decidimos que o Will entraria escalando e eu de
segundo. Logo no primeiro lance o Will já percebeu que a  via teria lances bem interessantes.
Invertemos a ponta da corda novamente, então guiei a primeira, Will a segunda, eu a belíssima
terceira, e toquei para a quarta na sequência pois tinha que fazer algumas intervenções nas
proteções. Will pegou o lindo diedro, sacando as peças e curtindo todas as opções que aquele
lindo Diedro oferecia para as perfeitas colocações.
Logo na P5 eu assumi a ponta e toquei para a última parte que havia sido conquistada pelo
Nunes anteriormente. Uma linda enfiada com puas proteções. Eu estava muito bem
psicologicamente, pois havia voltado de Salinas fazia pouco tempo, e lá não tem choro!
Logo cheguei na P6, fiz a duplicação da base que ainda faltava. Quando eu estava recolhendo
a minha corda, ela se prendeu e eu fiz força para que ela se soltasse...foi quando uma grande
laca se desprendeu e saiu quicando parede a baixo..um grande susto, pois pedaços passaram
por cima do will que ainda fazia segurança mais abaixo.
Montei a segurança do Will, e ele começou a escalar, já tinha subido uns 25/30 metros quando
percebi na minha mão, onde a laca que havia se desprendido, tinha batido...bem no meio da
minha corda, capa e alma destruídas, corda comprometida! Não avisei o will de início, esperei
ele chegar até junto a mim para contar a triste notícia.

Organizamos as coisas, e já conseguimos ver o cume dali, faltava muito pouco, o sol já tinha
ido embora, a luz da lua que surgia por detrás do gigantesco Pedrão dava as caras e nos
iluminava, e o parça entrou nos últimos metros restantes de conquista. Mais um pequeno
diedro, um tanto quanto sujo de cactos e enfim entramos nos metros finais da via Racha Cuca.
Fui na cola e toquei em seguida, passando pelo Will que fazia segurança. A ansiedade já
tomava conta, o sorriso no rosto era visível, e por fim depois de longas empreitadas pendurado
s na parede, finalmente cheguei no cume! Depois de quase 10 anos sem nenhuma nova via,
finalmente mais uma linha havia sido conquistada no Pedrão de Pedralva.

A via Somos Todos “Rico”.